27 de janeiro de 2012

Cartas - Despedida

Prezado senhor meu amor
Venho através desta informar
Que comprei uma passagem
Pra onde a vida me levar
Constato que existe em mim
Uma grande náusea amorosa
Me sinto meio desesperada
E sinto dizer que mais nada
Que fizer me fará permanecer
Pois prefiro a despedida
Que a dor de enlouquecer
De amar e ser desprezada
De querer e não ser querida
De sorrir e não ser retribuída
Não quero ser destruída
Por um sentimento infinito
Que me faz sofrer de tão bonito
Já é tarde e arrumei as malas
Deixei uma foto nossa na sala
Das poucas que fizemos
Dos momentos que tivemos
Estou partindo bem agora
Enquanto ainda é noite lá fora
Quero ver o dia novo amanhecer
Longe de tudo que me faz sofrer
Busco a felicidade que não tive
Que você não soube oferecer
Jogou minha paixão no vento
Ignorou os meus sentimentos
Eu espero nunca mais te ver
Pois o que mais quero é esquecer
Do amor que não fez por merecer.


Da série: Cartas

Cartas - Milhas de amor

Milhas e milhas caminhei
Para chegar aonde estou
E desfrutar desta existência
E vivenciar o que sonhei
Mas apenas hoje eu percebi
Que minha infinita paciência
Espera um pouco mais de ti
Meu corpo exala o perfume
De uma rosa apaixonada
E escrevo cartas de amor
Solitária pela madrugada
Preciso tanto ser amada
Como um ser feito de poesia
Necessito ser alimentada
De carinho e sorrisos de alegria
Do contrário a alma entristece
E eu me torno uma caixa vazia
Bonita, estampada e fechada
Esperando ser preenchida
Desejando me sentir querida
Para prolongar a existência
Do amor, a doce essência da vida.



Postagem inspirada em cartas de amor. Pretendo fazer uma série: Cartas. Vamos ver se outras virão e melhores que esta!!!

19 de janeiro de 2012

Milagre

Quando me sinto fraca
E no coração uma faca
Do desespero perfura
Levando-me à loucura
Meu espírito te procura
Pedindo pela cura
Da vida à desabar
Da ferida à latejar
Quando feliz, agradeço
E jamais me esqueço
Sem ti não sou alguém
Sou apenas ninguém
No meu íntimo peço
E a noite me despeço
No silêncio da prece
Que dorme e agradece
Por viver mais um dia
Mesmo triste e vazia
Pois acredito no milagre
Que a luz nunca se apague.

18 de janeiro de 2012

Viver e morrer

O que se pode fazer quando um furacão
toma conta de tudo e fere seu coração?
Vida que já foi  feliz o que foi que eu fiz?
Perguntas tantas tomam conta da cabeça
E vou dizer antes que eu me esqueça
Que eu vivo a questionar a razão disso
Se eu tivesse tomado um chá de sumisso
Quem sabe tudo seria muito diferente...
Existe nesse mundo tanto tipo de gente
Por quê eu não posso ser do jeito que sou?
Incomoda tanto minha existência banal?
Não sei e só sei que é bem doído viver
Se pensa que talvez fosse melhor morrer...
O que fizeram de mim ou o que eu fiz?
Meu sorriso não é mais como era antes
Meu corpo vive sofrendo triste e errante
Tropeço em cada moita que vejo e choro
E nessas lágrimas na verdade eu imploro
Me tire desse buraco infinito e escuro
Mostre-me uma luz para meu futuro
Me dê forças para tentar sair dele
Se sou má ensine-me a me redimir
Se sou boa deixe que transpareça
Mas por favor me ajude a dormir
E imploro que nunca me esqueça
Quero poder segurar em suas mãos
Acreditar que nada na vida foi em vão
Deus, seja para viver ou para morrer
Não me deixe nunca mais sofrer.

Lúdico

Numa surpreendente noite amena
De lua nem grande nem pequena
Eis que aqui eu escrevo um poema
Acreditando que não mais se tema
Falar do amor em forma de canção
Para guardar no fundo do coração
Um sentimento que já foi dolorido
E hoje é como um jardim florido
Eternizando o seu lindo colorido
Cristalizado na primavera eterna
Será lembrado de forma terna
Para sempre sua essência lúdica
Nessa vida soará como música
Repleto de belezas indescritíveis
De platônicos momentos incríveis.

16 de janeiro de 2012

Farta

Estou farta de maldade
Farta da falta de amor
É triste ver a humanidade
Aprisionada no medo e na dor
No meu corpo existem cicatrizes
Profundas feitas pelos deslizes
Daqueles a quem amei de coração
Meu peito sangra agora
Pessoas más me rondam lá fora
Mas não posso deixar de sair
Preciso correr o risco agora
E olhar nos olhos de quem me ferir
Bocas que falam de Deus
Mas nunca a ele alguma delas conheceu
Falar da bondade e não fazer
É pior que morrer sem conhecer
Meu estômago fica embrulhado
Quando vejo isso do meu lado
Quanta falta de humildade
Quanto excesso de vaidade
Nesse mundo que nascemos iguais
Separados por ridículos padrões sociais
Quanta tolice nessa terra de ninguém
Tanta prepotência
E tanta falta de benevolência
Eu queria gritar agora
E colocar tudo pra fora
Mas choro aqui dentro de mim
Esperando um bom final no fim
Lágrimas ainda são minha saída
Pra tentar lavar as feridas da vida.