17 de julho de 2015

O revoar da Fênix

Cansei de ser a ave solitária
Vivendo daquelas migalhas.
Por longo tempo fui ferida
Tive meu corpo machucado.
Meu espírito quis se libertar
Da dor do dissabor de amar,
Tal qual a imensidão do mar.
Me perdi no céu do coração
Sem ter direção pra seguir.
Minhas asas foram amputadas
Suportei ver meu sangue pingar,
Até quase morrer de sangrar.
Fingi de forte e tentei voar
Mesmo sem vôo levantar.
Eu fui do céu ao inferno
Na doce ilusão de tentar.
O universo sabe que tentei
As nuvens ouviram meu clamor.
Enquanto eu despencava de amor,
Caí e naquele solo me destruí.
Definhei até não restar quase nada,
Me debati em minhas próprias cinzas;
Do pouco eu que restou de mim.
Aos poucos meu canto se calou
Sufocado pelas próprias penas.
Ouvia tudo e não conseguia falar.
Sentia tudo sem poder reclamar.
Sofria calada e me desmachava,
Da tristeza que morava em mim.
Mas das trevas então se fez a luz
E como o fruto que sou da claridade
Morri mas renasci pra liberdade.
Meus olhos se abriram ao mundo
Como um dia depois da tempestade.
Minhas asas foram restauradas
E sei que reaprenderão a voar.
Não há mal que consiga vencer
O desejo de renascer e revoar.





13 de junho de 2015

Amor e amar

O amor é vento, é brisa, não vendaval.
O amor é paz, é segurança, é confiança.
O amor é amor e nunca será uma dor.
O amor é simplicidade, não comodidade.
O amor é leveza e não ego.
O amor é amizade e não possessividade.
O amor é sensibilidade e não crueldade.
O amor é um remédio que tudo cura,
Não veneno que leva à loucura.
O amor é uma eterna aventura,
A busca do tesouro de inestimável valor.
O amor é lindo por si só, por ser amor.
O amor é modéstia e não vaidade.
Amor é doçura e não agressividade.
O amor é ser com o outro e não querer ter.
Amar é uma dádiva e nunca será um fardo.
Amor é vida.


7 de junho de 2015

Seja fiel

O que não tem solução,
Por hora solucionado está.
Quando se diz ao coração
Espera, acalma e acredita,
É o melhor que se pode fazer.
Nada pode mudar o tempo,
Cada coisa tem hora e lugar,
Apenas digo que seja fiel,
Ao que diz sua voz interior.
Não duvide de sua intuição,
O espírito não nos engana,
Quando diz aonde quer estar.
Ouça com cuidado e atenção
As mensagens que vem de dentro,
Do seu mais profundo eu
E siga o caminho da felicidade.

28 de maio de 2015

Adeus ao mar

Certo dia na minha vida 
Disseram que eu era sereia
Acreditei e feliz rolei na areia
Entoei meus cantos mais belos 
Mergulhei e construí castelos
Até que conheci um marinheiro
E por ele me apaixonei ligeiro
Desejei não ter mais nadadeiras
Pedi aos céus para criar pernas
E com ele subir as ladeiras
Escolhi não mais morar no mar
Pra com ele compartilhar o lar.
Em minha existência solitária
Sempre cantei com meu coração
Mas nunca tive se quer a intenção
De seduzir marujos de plantão
Pois esperava o meu coração
Dizer que esperar não seria em vão.
As moedas e tesouros dos outros 
Nunca ganharam a minha mão
Esperei por uma fortuna maior
Que dinheiro não pode pagar.
Como é triste hoje constatar
Que nunca mais poderei nadar
Só posso caminhar naquela areia
E dizer adeus ao nosso mar.








14 de abril de 2015

Prece do renascimento

Que haja luz e não escuridão dentro de mim.
Que essa tristeza que sinto no coração,
Transforme-se em sabedoria;
Por mais dolorido que seja.
Que meus olhos não ceguem-se,
Em devaneios ingênuos.
Que a vida me ajude a me tornar mais forte.
Pra tudo que é ruim, que seja decretada a morte.
Que eu renasça minha própria sorte,
Na esperança de dias e pessoas melhores.

8 de abril de 2015

A minha paz

Busco desesperadamente reencontrar
A paz que se desprendeu de mim
No momento em que me tiraram
O que eu mais amava fazer.
Sinto que nada pode suprir
O tamanho da falta que sinto
De sentir a leveza do corpo são;
Que ora antes me abrigava...
Dançava e cantava feliz.
Tão leve que flutuava sonhador
Com o coração cheio de anseios
E de desejos por realizar.
Cortaram minhas asas.
Furaram meus olhos.
Sugaram meu espírito.
Nem pernas sobraram,
Para correr tão depressa,
Quanto o mal que me consome
E recuperar tudo o que perdi.
Cadê o conforto que não encontro,
Onde está o final desse túnel,
Do martírio que não chega ao fim.
Como é dolorido me sentir assim.
É tão difícil batalhar todos os dias,
Pra não cair no abismo pra sempre.
A fé por mais que seja grande,
Em alguns dias parece fraquejar;
Como vela prestes à se apagar.
Um fogo frágil, fraco e velado
Mas ainda sim à iluminar.
O caminho que sigo é de espinhos,
Sei que desejam me perfurar.
Suporto a dor que carrego,
No fardo que levo sem parar.
Preciso sair desse labirinto,
De tormento e tantas frustrações.
Não aguento mais essa chuva,
Que me lava e também me leva;
Nesse temporal de desilusões.


7 de abril de 2015

Graciosa

Grande pequena mulher,
Que ri de uma coisa qualquer.
Não consegue conter o seu riso,
A risada pura como o paraíso.
Inocência notável.
Impaciência perceptível.
Tão sincera pequena mulher.
Que não cansa de lutar e rir.
O riso faz parte do seu acervo
De armas de amar e sobreviver.
Seja no amor ou na dor,
Nunca deixa de gargalhar,
Pois o riso te enche de graça
E mesmo da desgraça;
Ela consegue rir.
Tão grande é o tamanho
Dessa graça de achar graça da vida
Que nunca para de surpreender,
Que faz dela engraçada e bela
Uma fera que faz graça,
Da beleza de se sentir agraciada
Pela gratidão de poder sorrir,
E viver a vida de forma graciosa.