30 de setembro de 2011

Soneto da solidão

Vazio de uma noite quente

Do coração triste e carente

E uma alma desconsertada 

De uma vida desencantada

Os sonhos que se sonhou

Tornam-se uma semi vida

Algo que não materializou

Uma aquarela descolorida

E a brisa fresca não chega

Para refrescar a minha dor

Me derreto como manteiga

Desabrocho como uma flor


Nota: Licença poética!!! Era pra ser um soneto, mas não foi! Porém o título permanece!!! Trilha Sonora do dia: Norah Jones.

29 de setembro de 2011

Sem alma

Na podridão do nosso mundo
Tão lindo porém mal cheiroso
Vivendo num vazio profundo
Pessoas de caráter duvidoso
Guardam o seu ser venenoso
No fundo do interior imundo
São seres que vieram pra terra
Mas não conseguem ter a paz
Fazendo de tudo uma guerra
Que não termina nunca mais
Seria tudo muito mais bonito
Se existisse além do infinito
Uma caixinha transparente
Pra dar o amor de presente
Pois os sentimentos fraternos
Há tempos já se perderam
Na solidão emudeceram
Sozinhos no vazio eterno
E nada muda nem melhora
E o monstro vem e devora
Aquelas sobras de bondade
As migalhas da tal caridade
E a tempestade não acalma
Levando consigo a alma
De quem mata a felicidade
E alia-se com a maldade.




27 de setembro de 2011

23 de setembro de 2011

Tempo

O tempo na vida corre
Enquanto dela escorre
A seiva desperdiçada
Jogadas nas calçadas
Existem todos os dias
Pessoas amarguradas
Historias tristes e vazias
De gente que se perdeu
Esqueceram da fantasia
Perderam o que era seu
O relógio não pode parar
Não há o que desperdiçar
Cada minuto que passa
Nossa vida se torna escassa
Ela é rara e finita
Pode não ser tão bonita
Mas nem todo dia é assim
Há dias em que tudo irrita
Algumas noites esquisitas
Mas a gente se socorre
E remenda os pedaços
Recolhe os estilhaços
E o que é bom não morre
Não se pode deixar morrer
Não há mais tempo a perder
Não deixe que a insanidade
Tome conta de tudo que é você
Não perca nenhum dia mais
Pois a vida é aqui, é agora
E se passar, não voltará jamais.











19 de setembro de 2011

Ácido

Som que corre na veia
Onde a música faz a teia
Tecida e entrelaçada
Ritmada, bela e compassada
A energia forte que irradia
Alegria presente e nostalgia
Mistura de doce e azedo
Acidez e prazer sem medo.


Trilha



Alarde

Queima e faz um alarde
A chama que aquece e arde
Sensações inexplicáveis
Desejos inexoráveis
Sentimento que não dissipa
Apenas se multiplica
Tudo que sinto e vejo
Acende o fogo num lampejo
Vontade de se consumir
Experimentar e se permitir
Vivenciar o prazer de amar
Unidos pelo mesmo olhar





Nota: Pensando em alguém especial e ouvindo a música "The only exception" (Hayley Williams)









17 de setembro de 2011

Calendário

No calendário do meu coração
Eu trago com grande afeição
Cada momento ao seu lado
Em mim eles estão guardados
Os dias passam e as noites vem
Cada dia o sentimento vai além
Maior que eu poderia imaginar
Bonito qual céu estrela e mar
Sorrisos e olhares eternizados
Tão bom ter você do meu lado
Pois minha vida resplandece
Toda vez que você aparece
Transformando o meu viver
Num ninho pro amor nascer
Sorriso mais lindo do mundo
Olhar mais intenso e profundo
Pra sempre será seu o meu calor
Como beijo do beija-flor na flor.


13 de setembro de 2011

Anjo sangrando

Existe nesse mundo
Tão vil e imundo
Lágrimas rolando
Um anjo sangrando

Palavras cortantes
No sorriso flamejante
Daquela que apaga
O riso que se propaga


E se vai pelo vento
O tal pensamento
De que a vida é bela
E as pessoas também


Sofrimento não convém
Mas entra pela janela
Não sabe abrir as tramelas
Que trancam nossas portas


Mas quem se importa
Com a dor que vem
Veloz como um trem
Massacrando o amor


E o anjo vai sangrando
E pinga aqui e pinga lá
E o seu sangue pingando
Um dia a ferida vai sarar.
(?)

8 de setembro de 2011

Rendas, babados e fendas

Observe como ficas linda
Envolta em beleza infinda
Rendas, babados e fendas
Fazem que em mim acenda
A chama do meu coração
E logo transbordo de paixão
Cantarolando vai pela senda
Colhendo flores pelo chão
E se revela por trás da renda
Uma mulher cheia de emoção
Os babados rodeiam o colo
E as fendas a tua vã solidão
Exibindo curvas suntuososas
Perfeitas como verso e prosa
Caminhando lá vai pela relva
Um anjo de mulher virtuosa
Singela como a flor do campo
Tão intensa qual a rubra rosa
Como água pura transparente
Como fogo quente e ardente
Menina mulher incandescente
Sei o que passa em tua mente
Posso ouvir a tua voz a ecoar
Num lamento a me procurar
Acalme no peito a tua febre
Pois eis que chegará em breve
O teu cavalheiro apaixonado
Por ti feliz e deslumbrado
Tornando tua vida um sonho
Como noite de céu estrelado.