27 de outubro de 2011

Alegria furtiva

Sozinha eu vago pela vida
Tão triste e descolorida
Quando a noite vem certeira
E eu não vejo uma clareira
Que me guie pela rua
Apenas sigo o brilho da lua
Não há mais sentido aqui
Se eu estou longe de ti
Meus pés não caminham
Apenas se aninham
Solitários imóveis na cama
Tomados de saudade insana
Que mata sem me ferir
Por eu não te ver sorrir
Tão triste é o meu cantar
Como lágrima a desaguar
Sinto-me na melancolia
Nessa madrugada vazia
Tentando sentir teu cheiro
Agarro-me ao travesseiro
Na inútil busca olfativa
De uma breve alegria furtiva.

23 de outubro de 2011

À flor da pele

Tudo que sinto não sinto
É exagero e eu não minto
Admito os meus extremos
E só te digo, amemos
Sou uma poeta maluca
Apaixonada e intensa
Tanto que as vezes machuca
A ansiedade é imensa
É uma desordem sem fim
Emoções à flor da pele
Te quero perto de mim
Sentimento que me fere
Como espinho no jardim
Tudo que quero não quero
Apenas desejo demais
Acredito, sinto e espero
Que sonhos se tornam reais
Mas sou tão exagerada
As vezes sonho demais
E em plena madrugada
Me perco em devaneios
Menina, mulher sem freios
Não consigo me controlar
Sou fera, macia e feroz
Corro e não posso parar
Persigo a vida com vontade
Em busca da minha felicidade.

22 de outubro de 2011

Poço

Lá no fundo do poço é onde estou
Num buraco escuro e fedorento
Nele está a vida que alguém roubou
Felicidade que foi levada pelo vento
Um monstro grosseiro e disfarçado
É cruel demais e quase não aguento
Ele suga minha seiva e me faz morrer
Aos poucos me perfurando o corpo
Vai matando a alegria pouco à pouco
Ofuscando o brilho do meu olhar
Todo dia uma lágrima ele faz rolar
Ele é vil e não tem mais sentimento
Creio que ferir é seu contentamento
Mas ainda estou por aqui na luz
Lá no poço escuro e nojento
Vive a menina que se foi, a flor
Machucada, peito rasgado de amor
Lá ela ficou aprisionada na dor
Mas o mundo não acaba assim
Ainda resta uma certeza em mim
Que a vida ainda será mais justa
E que resistir e acreditar não custa
Mesmo com tantas feridas expostas
Ainda assim eu faço uma aposta
De que ainda vou sorrir pra você
Te mostrar que sou digna de amor
E que tua ira não matou a flor
Esfregar a minha paz na tua cara
Pois a ferida dói, mas um dia sara.

15 de outubro de 2011

Abismo

Quem sou eu além de uma canção de amor
Quem sou além de um romantismo e dor
Acho que nasci para ser apenas uma poesia
As vezes completa e as vezes muito vazia...
E nesse mundo tão grande e tão bonito
Onde a vida é o grande mistério no infinito
Quem há de me entender e um dia me amar
Não sei dizer, nem prever e nem imaginar
As vezes me sinto uma flor perdendo pétalas
Deixando rastros de desilusões no caminho
Machucando meus pés no próprio espinho
Sinto dores que me rasgam corpo e alma
E a ânsia pela felicidade que não se acalma
Pobre o coração que de amores transborda
Esperando para amarrar-se numa corda
Que o prenda para sempre e no futuro
Faça-o sentir-se amado e mais seguro
Tirando-o deste vale de tristeza escuro
Pede, grita, implora, ama e a ti suplica
Por favor permita-me te dar o meu amor
Não me transforme num arco-íris sem cor
Não faça da vida um abismo de desamor
Façamos dela um baú cheio de paz e calor

14 de outubro de 2011

As estações do amor

Um dia era primavera
Eu pensava quem me dera
Ter alguém pra caminhar
Entre as flores no pomar


E logo chegou o verão
E o calor no meu coração
Sorrisos que se encontraram
No carnaval se apaixonaram


Foram dias e noites sorridentes
Enquanto o sentimento existente
Escondia-se  a espera do outono
Pra te fazer de vez  o meu dono


E enquanto as folhas secavam
Os olhares que conversavam
As mãos firmes, suadas e atadas
E foram-se aquelas madrugadas


E o inverno chegou congelante
No peito um sorriso constante
Uma saudade que crescia
Um sentimento que  nascia


 E  logo voltou a ser primavera
Já não digo mais quem me dera
Só vejo flores, cores, céu de giz
Tenho você e agora sou mais feliz!