Lá no fundo do poço é onde estou
Num buraco escuro e fedorento
Nele está a vida que alguém roubou
Felicidade que foi levada pelo vento
Um monstro grosseiro e disfarçado
É cruel demais e quase não aguento
Ele suga minha seiva e me faz morrer
Aos poucos me perfurando o corpo
Vai matando a alegria pouco à pouco
Ofuscando o brilho do meu olhar
Todo dia uma lágrima ele faz rolar
Ele é vil e não tem mais sentimento
Creio que ferir é seu contentamento
Mas ainda estou por aqui na luz
Lá no poço escuro e nojento
Vive a menina que se foi, a flor
Machucada, peito rasgado de amor
Lá ela ficou aprisionada na dor
Mas o mundo não acaba assim
Ainda resta uma certeza em mim
Que a vida ainda será mais justa
E que resistir e acreditar não custa
Mesmo com tantas feridas expostas
Ainda assim eu faço uma aposta
De que ainda vou sorrir pra você
Te mostrar que sou digna de amor
E que tua ira não matou a flor
Esfregar a minha paz na tua cara
Pois a ferida dói, mas um dia sara.
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