9 de junho de 2011

Desejo Medieval

Debruçada na janela lá estava ela
Observando a chuva caindo no solo
Da mais alta torre daquele castelo
O rosto molhado, não era pela chuva
Lágrimas lavavam seu rosto terno
Uma menina já quase uma mulher
Desabrochando para o amor estava
Mas prometida em casamento ela
Sentia-se condenada a sua morte
Pois o seu coração pulsava forte
Por um homem que morava ao norte
Longe da corte, um cavaleiro galante
Que com seu sorriso sincero e atraente
Obteve nesse mundo a enorme  sorte
De conquistar o coração da princesa
Que não mais vivia, apenas sonhava
Com o grande dia, em que se casaria
Com aquele que lhe marejava os olhos
Que lhe incendiava o corpo de menina
E lhe instigava sua alma de mulher
Que ruborizava sua face loucamente
Um desejo, um beijo, um romance
Enlace proibido, desejo inetrrompido
E tudo tornou-se triste, amargo como fel
Então agora ela gritava aos céus
- Oh, Deus! Que tudo sabes, que tudo vês,
não permita que o mundo me faça perder,
aquele que amo, do contrário,
me leve com você!
E suas preces pareciam em vão
Ouvia de longe as vozes, a canção
Os violinos anunciavam a chegada
Daquele que não lhe tinha o amor
Apenas a cobiça, por seu corpo jovem
Um desejo de ostentá-la como tesouro
Para garantir-lhe o ego alimentado
Um homem velho, sem escrúpulos
Mas que seu pai, havia lhe entregue
Como garantia do sustento do reino
Que hora, encontrava-se decadente
Mas que sorte era aquela, da janela
Ela indagava enquanto esperava
O cavaleiro, conquistador de donzela
Para salvá-la daquele inferno na terra
Ao qual estava condenada a viver
E que dor ela sentia, o tempo passava
A chuva caía, a hora corria, que agonia
Estava ela esperando, ansiando vê-lo
Desejando tê-lo, desejando desposá-lo
Havia colocado suas melhores vestes
Perfumado o corpo, banho de rosas
Perfume de madeira e flores do campo
No quarto e na pele, impregnado
Esperando pelo toque do seu amado
Inebriado ficaria, lhe tomaria nos braços
Matando a vontade há muito, reprimida
Insana, guardada, contida, aprisionada
Mas agora já era tempo de se libertar
Estava usando seu melhor vestido
Debaixo dele, as roupas nupciais
O espartilho, as meias, as ligas
Demonstravam os desejos carnais
Aos quais se entregaria em breve
Seu corpo queimando que gritava:
"Me tome, me ame, faça me sentir no céu
me possua do jeito que quiser...
Hoje serei tua escrava, tua ama
ainda hoje, eu serei a tua mulher."
E então ela acordou...que sonho!
Já não estava mais na corte
Se encontrava no mundo real
Restaram as lembranças da noite
Cheia de loucuras e coisa e tal
Embalada pelo desejo medieval...

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