E eu esperta, fico quietinha esperando passar
Por fim me levanto, pois vou lá fora pra buscar
Mais um dia pra minha vida, ter algum sentido
A força de vontade nasce todos as manhãs
Porém, logo escorre pelo boeiro dessa rua
Onde a água que corre é suja e polui o rio
O líquido precioso, aquela seiva da vida
Já não é cristalino como outrora foi
E então a enxurrada vem depressa
Como uma avalanche que me mata
Morro por dentro e também por fora
Meus olhos não sabem mentir ao mundo
Não conseguem esconder minha tristeza
E paralisados pelo frio petreficante
Eles vislumbram momentos de desamor
E de mim saem lágrimas congeladas
De extremo cansaço, de extrema dor
O coração é quente, a alma é branda
O choro é contido ferve e tímido rola
Mas a geada é forte demais e agora
Lágrimas de gelo estão descendo
Rolando no chão, marcando os passos
Como uma trilha cheia de desconsolo
E eu me desfaço, me despedaço
Me desmancho e me reconstruo
Me olho no espelho, e peço coragem
Olho dentro dos meus pŕoprios olhos
E eles me dizem não desista, insista
Então enxugo o meu rosto pálido
Me agasalho muito bem e saio
Mas um dia, mais uma vez, só
Em busca de um sonho simples
Em busca apenas da minha paz!
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